domingo, 2 de maio de 2010

O COMEÇO .


Em setembro de 1995, fui infectado vírus Motociclovirulentus. Vírus esse que segundo os mais renomados infectologistas é altamente resistente aos mais diversos tratamentos e pode causar graves alterações psico existenciais de difícil controle.

Quando a minha família soube da minha infecção fizeram de tudo para reverter os efeitos colaterais da minha doença. Inicialmente fui vítima de corrente de orações, promessas das mais variadas como a do meu irmão mais velho, Luciano, de que se eu ficasse curado ele faria implante capilar na sua quarentona careca. Minha sogra prometeu ir do Rio Vermelho à igreja do Senhor do Bonfim, e dizem que sogra não gosta de genro. Se, a minha tava mentindo, representa melhor do que a Fernanda Montenegro. De qualquer maneira,fica a dúvida a esse respeito, afinal quem vai na minha garupa é a filha dela...

Os filhos, inicialmente, ficaram revoltados e fizeram de tudo para retaliar a enfermidade paterna, desde as mais variadas broncas como pedidos de novos computadores, ipond, celulares da mais nova geração e por aí vai.

Esse vírus é transmitido por diversas vias inclusive sexualmente, mas, há algumas mulheres que têm uma alta resistência a esse vírus e, quando isso existe a possibilidade de separação é muito grande ou o soropositivo passa a viajar com jovens e sorridentes senhoritas bem mais jovens e formosas do que as soro-resistentes...

A principal característica dos soropositivos é a vontade de ficar em eternas férias. Não podem ouvir falar em feriado na terça ou quarta feira que já querem tirar uma semana de folga. Quando o feriado cai na segunda querem enforcar a semana toda.

Apesar de ser uma doença infecto contagiosa e, por ser resistente a qualquer tratamento com antivirais o profissional mais aconselhado para acompanhar e amenizar os devaneios constantes de quem é um soropositivo pelo Motociclovirulentus é mesmo um psicólogo ou outro soropositivo que se disponha a acompanhar numa viagem inesperada decorrente de um agravamento num novo surto virótico...

A idéia de fazer esse blog é para tornar a vida dos soropositivos e das suas famílias mais unidas e fortalecidas a fim de poderem conviver com harmonia e aproveitarem o máximo o tempo que lhes resta aqui no asfalto, digo: na terra. O espaço, portanto, está aberto a todos que queriam compartilhar com idéias, sugestões depoimentos e dicas. Boa viagem a todos.

sábado, 1 de maio de 2010

VIAGEM A BARILOCHE- Novembro-1999


Essa viagem foi precedida de fatos inusitados. Um dia um amigo me perguntou se eu venderia a minha queria Vulcan, ei como resposta que sim desde que o pagamento fosse à vista e acima do valor de mercado. Uma semana depois, sem me avisar, Marco Antônio, chega a minha casa com um chegue administrativo e levou a minha moto. Ao vê-lo sair feliz como pinto no lixo montado na minha Vulcan, a vontade foi de chorar. Agora, eu, era um sem moto à beira de depressão.


Na mesma semana, no consultório, resolvi ligar para a Eurobike, revenda BMW de Ribeirão Preto. Apenas por curiosidade para saber quanto custava o mais recente lançamento da BMW Motos. Era uma nota muito alta. Pressionado pelo vendedor fiz uma proposta pensando que eles não aceitariam. Aceitaram e acabei comprando essa moto que eu nunca tinha visto e era um lançamento mundial a BMW. A famosa BMW LT 1.200 cilindradas e 98 cavalos.

Moto comprada que depois de um mês, com a placa na mão fui pegar em Ribeirão Preto. Tudo acertado com o gerente a Eurobike, hotel reservado e lá fomos nós. Leda, nada sabia sobre a moto e pensava que era uma Halley Devison.

Foi difícil dormir, pois além de conhecer a moto teríamos a viagem à famosa Bariloche. Dessa vez, estava combinado, os hermanos argentinos, Esteban e Andrea iriam conosco.

Quando eu vi a moto, a vontade foi de desistir. A moto era enorme, não fazia o meu gênero. Sem poder desistir, fomos nela, depois de uma detalhada explicação de como conduzir aquela nave espacial. Eram tantos botões e comando que não foi fácil usá-los.

Como haveria no mesmo dia um encontro do BMW Moto Clube do Brasil, em Águas de Lindóia- SP, lá fomos nós fazer o amaciamento da LT. Não poderíamos viajar para a Argentina sem fazer a primeira revisão de 1.000 kms. O encontro da BMW foi muito legal, fizemos novos amigos, como Ricardo e a esposa que gentilmente nos hospedaram na sua casa enquanto esperávamos a revisão da moto.

Revisão feita, lá fomos nós. A essa altura, tanto eu como Leda, sabíamos que essa era a moto. A viagem foi super legal e as fotos falam melhor por nós.


Para aumentar clicar na imagem.

Pegando a moto com o amigoRenato Acyoli , na casa do novo amigo de Ribeirão Preto, Ricardo e a esposas e filhos.

Parada em Nova Petrópolis =RS, na fronteira o Uruguai e em Punta Del Leste

No Busque Bus de Montividéu, esperando Esteban e na casa dos hermanos em preparativos finais para a longa viagem para a bela Bariloche.


Em Missões-Arg. fronteira com o Brasil e em Foz do Iguaçú.



sábado, 24 de abril de 2010

1988- VIAGEM AO CHILE




Para ampliar click na imagem.

A partida para a segunda grande aventura, el Chile, dessa vez contamos com uma Vulcan 1.500 cilindradas, La Brancona, comprada exclusivamente para essa nova aventura. Mais confortável e com quase zero de vibração. Colocamos almofadas de gel e mandamos fazer um bagajeiro de fibra de vidro.Na epóca não contávamos com os modernos bagajeiros que contamos hoje. Com mais espaço e confortos fomos mais animados e confiantes. Mesmo assim me considerava inexperiente, afinal de contas, só tinha 2 anos de experiência como motociclista e, vencer as grandes altitudes e o frio na cordileira dos Andes, não seria nada fácil.Em Itabuna uma parada com os amigos do Moto Grupo de Itabuna.

Na casa de Ilma e Paulo em Teixeira de Freitas e em Niteroi na casa de Gloria e Renatos, amigos que conhecemos em Valença e Morro de São Paulo na Bahia, quando eles estavam de férias.

Na casa da Adriana e Wilson Pollara em SP e em Florianópolis com Vilma e Júlio Dalri.


Chegando a Punta Del Leste e procurando Esteban e Andrea no mesmo hotel onde estivemos no ano retrasado.

Depois de dois dias em Punta Del Leste com os hermanos argentinos, Esteban e Andrea, fomos para Buenos Aires, passamos dois dias com eles e depois Esteban nos levou até a cidade de Lujan, aí estamos na Catedral de La Madre Lujan, onde rezamos pedindo potreção para a segunda etapa da viagem rumo ao Chile pela famosa Ruta 4.
Aqui em San Luiz aconteceram fatos super interessantes que serão relatados num capítulo especial no livro que estamos por concluir. Foram muitos amigos conquistados numa única noite que terminou às 05 da manhã.
Na aduanda Chilena e o grande feito; chegamos ao Chile. Atravessar a parte da cordileira dos Andes com um sol generoso e uma temperatura de 6 a 8 graus foi um presente de Deus que ficou na nossa memória como um espetáculo inesquecível.


Voltando do Chile, ainda no Hotel em Val Paraiso.Registramos aqui o encontro com dois brasileiros que seguiam para o Chile quando estávamos retornamos. Novamente, Esteban, em Lujan estava nos esperando para nos guiar até a sua casa em Bela Vista.





Já em Buenos Aires , com os hermanos Andrea e Esteban que foram nos levar até a estação do Buque Bus com destino a Punta Del Leste.
Voltando por Porto Alegre, fiz uma surpreza para Leda e pernoitamos na super legal Gramado onde ao abastecer a moto fomos aborados por um casal motociclista de Gramado que nos convidou para jantar com outro casal de amigos motociclista.Resultado; uma agradável noite e mais amigos conquistados.



Finalmente a volta e um merecido banho na Brancona ,esta, a moto que mais me agradou no quesito estilo e qualidade mecânica. Pretendo comprar uma nova Vulcan 1.500 para viagens abaixo de 1.000 kms. É uma moto com muito estilo e personalidade. Sou apaixonado por ela até hoje.




A PRIMEIRA VIAGEM À ARGENTINA-NOVEMBRO 1986


Para ampliar click na imagem.

Essa primeira grande viagem sozinhos, eu, Leda e a Negona Intruder 1.400 cc, sem sombra de dúvidas o maior desafio. Ainda muito inexperiente como motociclista, sem saber curvar, sem noção nenhuma de mecânica e sem conhecer as estradas. Realmente uma loucura que só é possível realizar pelos soropositivos pelo Motociclovirulentus. Os que se assustavam com a minha idéia ficavam surpresos, mais ainda, como Leda admitiu ir na garupa de uma moto tão desconfortável e pilotada por um neófito. Acontece que o soropositivo tem como característica, pós infestação do Motociclovirulentus, a imprevisibilidade, a aparente irresponsabilidade e principalmente ser um destemido que não se curva aos mais veementes apelos ou rezas de familiares , de amigos ou de quem quer que seja, para desistir de um projeto tão maluco como esse que estávamos por iniciar. E assim fomos lá. Leda de carro até Teixeira de Freitas , onde reside a sua irmã Ilma e seu esposo Dr. Paulo Barcelos,este, além de ser gente da mais alta categoria é um excelente ortopedista, profissional da área médica, por vezes necessários aos motociclistas. A ida de carro por Leda tinha razão de ser para levar as crianças, Thiago, Diego e Dudu, para ficarem com a tia Ilma. De Teixeira, Leda, seguiria na minha garupa. Lá fomos nós e lá chegamos, sãos e salvos à Teixeira de Freitas , distante da nossa casa, exatos 780 Kms.



De Texeira de Freitas fomos à Búzios , uma grande puxada e olhe que a estrada do Rio de Janeiro a Búzio era um desastre. Passamos 3 noites agradáveis nesse paraiso carioca. A pousada era excelente, Galápagos.De Búzios fomos para Angra onde alugamos um barco e conhecemos algumas ilhas.De Angra para Paraty e depois para o Guarujá. Aqui, no Guarujá, Leda surprendida com a visita da nossa querida amiga Adriana, esposa do amigo irmão Wilson Pollara, ele, um dos mais importantes cirugiões do Brasil, além, de grande gourmet. Vieram de São Paulo para jantar conosco. Dia sequinte sequimos para Florianópolis.



Ma casa dos amigos Júlio Dalri e Vilma. Júlio e Vilma além de grandes amigos são anfitriões excepcionais. Foram dois dias excelentes.

Aqui, o grande sonho cada vez mais perto de se concretizar. Em Montivideu uma parada para comprar um baú para comodar mais roupas. Depois no Buque Bus de Colônia, onde conhecemos os hermanos argentinos Andrea e Esteban. Na foto acima , Esteban concertando o cabo da bateria da Intruder que partira. A partir daí uma grande história e o nascimento de uma irmandade de exatos 14 anos.Na casa dos Bertozzi e na oficina onde Esteban fez uma revisão geral da moto e trocou a bateria.

Enquando esperávamos a chegada da bateria da moto, Esteban nos presenteou com um passeio de lancha no Delta do rio Tigre.

Da casa de Esteban e Andrea, em Bela Vista, distante 50 kms de Buenos Aires, fomos para o hotel Internacional, defronte ao obelisco, passamos três dias e tiramos a famosa foto na praça da casa Rosada.
Os amigos e companheiros do Feira Moto Estrada foram me encontrara a 70 kms de Feira para comemorar o grande feito de ter ido e voltado à Argentina. Além dessa consideração fui homenageado com um troféu que guardo até hoje com muita satisfação. Aprendi muito com esses amigos que me passaram importantes lições sobre motociclismo. Entre eles o bom amigo Homero (Falecido quando treinava para uma competição de moto arranque), Agnaldo Baiano, Zé Maria, Vlademir Terra Nova, Fred e Edvaldo.

Essa primeira viagem internacional foi perfeita e extremante proveitosa na conquista de grandes amigos e experiências de vida.


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