sexta-feira, 7 de outubro de 2011

05-10-2011- ATÉ QUE EM FIM, TEIXEIRA DE FREITAS ! O SUFO.


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784 Kms. Até às 19.30 hs. Uma delícia conquistada
às duras penas.



Após a excelente noite de sono, uma surpresa; o café da manhã no modesto hotel em João Molevade era excelente.Por incrível que pareça achei melhor do que o do Costão do Santinho.A salada de frutas,por sinal,muito variada e excelente.

Fui só no suco de laranja e na salada de frutas. A reposição de sais minerais é recomendada nessas jornadas.O tempo prometia chuva, mesmo assim não coloquei a parte interna do meu blusão que me protegeria do frio e da chuva. Até aqui eu estava curtindo a variação de temperatura de 18 a 25 graus.Gosto do frio.Prefiro viajar de moto no inverno,é muito mais gostoso.


Esse trecho de João Molevade até a divisa com o Espírito Santo é o pior da BR 381 que depois passa a ser chamada de BR 262. É uma região serrana, com adoráveis curvas e boas pousadas. O acostamento é estreito e apesar do asfalto cheio de remendos não há buracos. As ondulações são constantes e são um perigo para os que gostam de entrar forte nas curvas perigosas de mão dupla. A temperatura inicial era de 18º.

Como sempre faço verifico os pneus e o nível do óleo. Achava que o nível estava no ponto mais baixo.Não podia ser, troquei óleo com 8.000 kms em Florianópolis e só havia baixado um litro...Viajei preocupado até o próximo posto depois dos 200 Kms.

Logo que entramos no Espírito Santo, a diferença de qualidade do asfalto é nítida.Bem melhor.Não sei porque as BRs de Minas Gerais são piores.


A 40 Kms de Pedra Azul parei num excelente posto Ypiranga e deixei a moto decantar o óleo.Um bom lanche,algumas compras para presentear os amigos Paulo da Ilma e Paulo Salles de Tança.

Sem verificar o nível do óleo comprei um litro de sintético de outra marca e um aditivo para o óleo do motor.Depois de 30 minutos fui verificar o nível. Estava acima da média recomendada, em Florianópolis colocaram 4 litros e não os 3 litros e 750 mls recomendados pela BMW quando da troca do filtro.
Optei em não devolver o óleo para não atrasar mais ainda a viagem.Tinha que evitar viajar à noite.

Não entendo esses mecânicos metidos da BMW ! Estava explicado porque eu imaginava que o nível estava super baixo.O visor da LT é uma bosta, além de exigir das já gastas juntas para se deitar no chão e contar com uma lanterna para ver esse nível. Quando se troca óleo o visor confunde a gente,principalmente quando o óleo é novo.

Até aqui, nestes mais de 200 Kms, o frio me acompanhou. Uma garoa aumentou a sensação de frio para aproximadamente 10 graus.Tive que usar o aquecedor de punho.O do banco, não caí na besteira de ligar, para não despertar as hemorroidas que, graças ao constante uso da salvadora pomada, me deixaram em paz.

As serras do Espírito Santo têm a mata mais fechada e nos presenteiam com uma agradável temperatura e belas paisagens....Como o frio estra mais intenso coloquei a parte que me protege dele e da chuva.Estava bem servido pelo equipamento.

Pelo ritmo da viagem imaginava que chegaria por volta das 19 hs em Teixeira de Freitas.A chuva era fina e não incomodava.Cheguei em Vitória por volta das 14 horas . Atravessar esse contorno ainda em fase final de construção não foi fácil.

Até então, o Sol não apareceu,encoberto entre nuvens me poupava do calor e me oferecia um asfalto menos desgastante para os pneus,em especial,para o traseiro. Ao mesmo tempo me preocupava pois,a escuridão chegaria mais cedo e, com ela os imprevistos se tornariam mais fáceis de acontecer e difíceis de serem contornados...

Mas, quem diz que um homem apaixonado tem a razão como guia? Bem dizia o grande Platão a respeito do Paixão: ´´A Paixão é a loucura d´alma``.E, lá ia eu, louco para chegar em casa sabendo o quanto é bom chegar quando se tem a dar e a receber.Saudades de tudo ,dos filhos,da meu canto,dos meus cães e principalmente dela;Leda,Ledinha,Preta ou Paixão.

A noite foi chegando em Pedro Canário.Última cidade até a esculhambada divisa com a minha Bahia.Pensei em parar.Um ruido estranho me incomodava pensei ser da carenagem que a esta altura estaria com folga.

Apesar da noite e do trecho com muitas carretas, insisti.Só 100 Kms me separavam dos queridos cunhados Paulo e Ilma.Confesso,não foi fácil. Muito movimento,sem buracos e quase sem acostamento. Acostamento esse que me fez falta a menos de 15 Kms da chegada desejada.


Após passar por 3 longas carretas numa reta senti um zoada estranha e uma balançada na traseira, o ruido era tipo lap-lapa-lap.Pensei logo: a porra do pneu se foi, como sou teimoso e, vou virar personagem de gozação daquele meu amigo gaúcho da LT de Santa Maria.com certeza,ele, vai se vingar das minhas piadas sobre os machões gaúchos.

O acostamento não aparecia e a zoada e trepidação aumentavam dando a impressão que a noite me engoliria com seus fantasmas e que três carretas iriam passar por cima de mim. Liguei o alerta e determinei que só pararia quando chegar na jante.Caso não fosse possível prosseguir jogaria a moto de qualquer jeito pelo esburacado e desnivelado acostamento.Seja o que Deus quiser!! Foda-se Maria Preá!!

As carretas passaram por mim e como é óbvio, não por cima como imaginei que poderiam. Ainda bem! Ao descer da moto pequei a minha lanterna Led made in China que me quebrou o maio galho.

Óleo,muito óleo, escorria chão abaixo.Porra , Puta que Pariu, Fodeu Maria Preá,o motor pifou de no(?)...foi o que eu pensei logo que vi tanto óleo pelo acostamento e, o pneu traseiro em perfeito estado...Não é possível que esse motor pifou,motor reparado pelo melhor mecânico argentino,o grande Ivan,será que virou moda um motor a cada ano?


Estava redondamente enganado ao verificar o nível do óleo e, constatar, graças à lanterna que, o bendito óleo era do cardã. Provavelmente foi o rolamento. Noite prá lá de escura num acostamento que ninguém poderia parar e imaginando que adiante poderia encontrar um mais adequando.Fui em frente com o alerta ligado e, finalmente, um acostamento a poucos metros e com um caminhão de combustível parado no lado oposto.

Não poderia ter encontrado lugar melhor para parar. O motorista me informou que estávamos a 10 Kms de Teixeira e que ele transportava gasolina e estava com pane seca.Meu celular,para variar estava sem sinal, é Oi, daí eu descobrir porque essa companhia se chama Oi.

É que, por provável marqueteiro gozador sabendo que essa companhia é uma merda inventou o nome Oi para os seus usuários quando com sinal baixo passassem a explodir seus pulmões gritando OI,OI, OI.Cambada de sacanas.

Gentilmente ele, o motorista me cedeu o seu telefone e falei com a cunhada Ilma que depois que entender que caminhão Prancha não tem nada a ver com prancha de Surf e/ou guincho, me retornou a ligação dizendo que, Paulo estaria providenciando o caminhão prancha.


Nesse intérrito apareceu um senhor num Toyota ,com paletó e gravata.Pensei logo que seria um advogado.Era, e, também motociclista, estava indo para sua cidade, retornou ao me ver e, parou para oferecer ajuda.Gente fina trocamos endereços.Agora tenho mais dois amigos, o motorista,Davi, e o advogado-motociclista Luiz.

Já estava gostando do imprevisto ou ficando mais maluco do que acham meus amigos e os
meus queridos e adorados seis filhos...Logo depois apareceu um táxi que seguia para Teixeira, sem pedir para parar ele, também voltou e ofereceu ajuda.Um jovem motorista de taxi-universitário e também motociclista que, por sinal conhecia Paulo. Agradeci e ganhei mais um amigo;o José Carlos, Taxista-universitário e motociclista.

O contingente de portadores do Motociclovirulentus está cada vez maior.Ainda bem.
A lanterna made in China quebrou o maior galho para o Davi cujo caminhão depois de abastecido, graças a Deus, não dava partida.

Digo graças a Deus porque ele indo embora eu ficaria sozinho aguardando o carro Prancha.E, isso aconteceu, graças a minha lanterna.Consertaram o caminhão que não estava com entrada de ar e, sim, com o afogador puxado o que impedia de darem partida.


Ficar só foi um sufoco. Imaginava ser assaltado,assassinado,sequestrado e etc. Ou seja, só imaginava bosta.Bosta essa que, se foi dos meus pensamentos quando passei a imaginar o que eu faria no dia seguinte entre quatro paredes com a Ledinha. Aí o assalto,sequestro e assassinato foram prós raios do inferno e, o resto era só alegria.

Derrotado? Uma ova, eu me sentia e me sinto vitorioso.O mostrador de La Gostosona mostrava 80 mil e quatrocentos quilômetros e, eu estava em Teixeira de Freitas,tomaria um banho e comeria perto de mil gramas de picanha e carne do sol na churrascaria perto da casa de Paulo.


Os ´´intermináveis`` 15 minutos de solidão na escuridão acabaram com a chegada do Paulo e do socorro-prancha. Ao ver o caminhão Mercedes novo com o seu atencioso motorista,Valdeci, não tive dúvidas vou amanhã com a moto nesse Mercedes.Custe o que custar. Moto em cima por sua própria tração, lá fomos nós, agradecido à Deus e a todos que me ajudaram direta ou indiretamente. Com Deus sempre presente e com Nossa Senhora das Graças, tudo sempre sairá bem. No misticismo baiano sabia que contava com Xangô, grande Guia e Guerreiro.

Até então, tudo como imaginava: banho tomado , a churrascaria nos aguardava com fartas doses de xarope escocês, muitas gargalhadas com o Paulo . Na volta à casa, uma noite gostosa e reparadora me aguardava na cama.


Dia seguinte, negociações feitas com o dono da companhia que também é motociclista, assim como os vizinhos da sua empresa que conheciam o Dr. Paulo Barcellos.Todos se aproximaram da minha moto e ofereceram ajuda.Fiquei sabendo que em Teixeira de Freitas há um grande contingente de senhores contaminados por esse terrível vírus.

Moto embarcada lá fomos nós. Ainda há muita coisa a contar.A noite de ontem foi muito especial e vou deixar para contar os detalhes no próximo post.Tem muita coisa para relatar.

No momento degusto um xarope escocês de 18 anos e sinto um delicioso aroma vindo,provavelmente, da cozinha. Lembrem-se, ainda estou viajando.Trabalho? Na segunda.Os planos para hoje,sábado e domingo já foram definidos. Pegarei a estrada lá por volta das 18hs depois de visitar a doce Cecília.


















Colocar essa gostosona de 400 Kms encima dessa prancha foi mais fácil do que imaginávamos















Tudo pronto para seguimos viagem sob a direção do competente Valdemir.
















Da boleia do caminhão as belas paisagens transformavam a sacal viagem em uma agradável aventura. A sábia visão de transformar tudo na nossa vida em pontos positivos.Nada acontece por acaso.























A primeira pausa para um gostoso feijão branco, por volta das 13.29 hs e a 105 Kms de Itabuna.















Depois de um bom asfalto,de repente,não mais que de repente,eles, os temidos buracos surgem inesperadamente numa curva ou numa reta. A falta de conservação constante transforma o pequeno buraco de hoje numa grande cratera depois de uma semana....


















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